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domingo, 6 de maio de 2012

Vodca (ou Vodka)


          Vamos começar essa semana uma sequência de 5 post's que nos ajudarão a  entender como a vodca, bebida muito apreciada pela grande maioria das pessoas atualmente, 'influenciou' a história da União Soviética, de acordo com uma matéria muito boa da revista Super Interessante, vale muito a pena ler até o final.


          O líder mongol Tokhtamich não acreditou no que estava vendo. Seus homens conseguiram sitiar Moscou, mas a cidade ainda não havia sucumbido. O descuido dos inimigos moscovitas o surpreendeu. "Alguns rezavam, enquanto outros pegavam hidromel dos depósitos dos boiardos e começavam a beber. Bêbados, ficaram ousados e subiram nas muralhas", anotou. No alto dos muros, começaram a xingar os oponentes tártaros. Ficaram dois dias assim. Bebendo e ofendendo. Até que, totalmente desnorteados, trôpegos e entorpecidos pelo álcool, acharam que a batalha cessara e abriram os portões, enganados pelos inimigos à espreita. Os mongóis saquearam e devastaram Moscou naquela noite de 23 de agosto de 1382. O próprio Tokhtamich atribuiu a vitória à bebedeira. Os russos tombaram, humilhados. A cidade foi queimada e milhares morreram.

           
           Quase 7 séculos mais tarde, em 2011, o presidente Dmitri Medvedev anunciou um plano para quadruplicar a taxação sobre a vodca no país. O objetivo é não só aumentar a arrecadação de impostos sobre o produto como também combater o velho mal do alcoolismo na Rússia, onde a expectativa de vida é de 65,5 anos - menor até que a do pobre vizinho Cazaquistão.


        Não é nem de longe a primeira vez que o governo se mete com o álcool. A vodca já foi monopólio estatal antes mesmo do socialismo. Acelerou a queda dos czares. Escancarou a fragilidade do Partido Comunista da União Soviética. Não importava se quem estava no comando era uma família real ostentadora ou um punhado de burocratas corruptos. Havia vodca na mesa. No trabalho. Nas manhãs congelantes. Quem ousou se meter com esse misto de orgulho e vício nacionais dificilmente passou incólume.


      
               

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