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domingo, 27 de maio de 2012

STEINHAEGER









A história do Steinhaeger começa há aproximadamente 400 anos, nas encostas dos Alpes, em uma aldeia chamada Steinhaeger, que significa aldeia de pedra. Foi nesta aldeia que uma saborosa e incolor bebida bi-destilada extraída das bagas de Zimbro (Wacholder) foi elaborada. Ela ficou mundialmente conhecida como Steinhaeger: uma finíssima bebida, sem elementos químicos e de paladar incomparável, elaborada com álcool redestilado e filtrado em carvão ativo, com a presença de destilados de cereais, bagas de zimbro, raízes, sementes e cascas.

O Steinhaeger é embalado em uma garrafa de louça escura, que ajuda a manter suas propriedades aromáticas por muito mais tempo.
Esta bebida é encontrada em Porto União, onde é fabricado o melhor Steinhaeger do Brasil. O Steinhaeger Doble W, produzido artesanalmente desde 1962 pela Destilaria Doble W, mantém a originalidade e pureza da fórmula alemã, com dosagens exatas de destilados de cereais, bagas de zimbro, raízes, sementes e cascas.
É uma bebida destilada aromatizada com juniperus (zimbro). A bebida é degustada em temperatura ambiente, suavemente gelado, ou à temperatura de freezer, como a vodka. Podendo ainda ser misturada ao popular chopp, realçando seu sabor.
Steinhaeger é um termo coloquial para designar a bebida, retirado da cidade do mesmo nome, o nome oficial da bebida é wacholder.
Surgiu no século XV, na região da Vestfália, na pequena aldeia de Steinhaeger. Na produção, as frutas de juniperus são esmagadas junto com grãos de trigo. A região onde foi elaborada é próxima a uma aldeia chamada Hagen (aldeia), steinhaeger.
 Depois de fermentada, a pasta é destilada em alambiques do tipo pot still. De acordo com a Lei do Monopólio da Aguardente, da Alemanha, que é a lei que dita às regras da produção do Steinhaeger no país, a bebida não pode sofrer adição de nenhum produto químico na mistura de zimbro e trigo.
Steinhaeger é da classe das bebidas destilo-retificadas, natural, de excelente paladar e originária da Europa.
O Steinhaeger Doble W mantém a fórmula original da Alemanha e é considerada uma das bebidas mais saudáveis do mercado, pois não contém produtos artificiais em sua composição. É uma bebida que em várias ocasiões é tomada como aperitivo, é digestivo e também diurético, principalmente quando se toma bastante cerveja e chopp. Pode ainda, ser tomado misturado com qualquer refrigerante.

     
 http://www.portouniaosc.com.br

sábado, 26 de maio de 2012

Vodca (ou Vodka)


            Hoje estamos na terceira parte da História da Vodca. Boa leitura!


LEI SECA
 
              "A vodca é uma bebida incolor que pinta seu nariz de vermelho e enegrece sua reputação." A frase é de Anton Tchekhov, um dos maiores autores russos de todos os tempos. Outro gênio da literatura fazia coro à oposição pública de Tchekhov à bebida. Filho de um alcoólatra, Fiódor Dostoievski escreveu que "o consumo de bebidas alcoólicas brutaliza o homem e o transforma em um selvagem". O outrora bêbado contumaz Leon Tolstoi escreveu sobre os malefícios do álcool e criou, em 1887, a Liga Contra a Embriaguez. Com o apoio de artistas desse porte, movimentos de temperança ganhavam força na sociedade, especialmente após a morte de Alexandre II, em 1881. Seu filho e sucessor, Alexandre III, não era tão liberal e não podia ignorar a crise do alcoolismo. Ele sancionou novas leis, como uma de 1885 que dizia que as tavernas só poderiam vender bebidas alcoólicas se também servissem comida. Alexandre III morreu de pneumonia em 1894, e seu filho Nicolau II deu passos mais largos rumo à centralização do comércio alcoólico. Em 1895, com o intuito de controlar a qualidade e a quantidade de álcool no mercado, restituiu o monopólio, o que, em um primeiro momento, rendeu bons frutos tanto para a saúde do povo como para os cofres públicos.

            Mas no século 20 a situação se complicou para a família real. O país perdera a Guerra Russo-Japonesa, em 1905, ano em que uma série de rebeliões se espalhou pelo território. E o estigma da vodca não havia diminuído. Mais uma vez, a bebida atrapalhou o desempenho. Generais japoneses reconheceram que algumas vitórias ocorreram graças ao porre dos soldados russos. A posição do governo sobre o assunto gerava controvérsia. Havia campanhas pela sobriedade, mas, como a vodca era a principal fonte de renda do governo, na prática o consumo era estimulado. A pressão aumentou ano a ano. O país estava em crise, e Nicolau II, desacreditado. Mas, com a Primeira Guerra Mundial, em 1914, o povo voltou a se unir e apoiar o czar, que achava que a sobriedade era de suma importância no conflito. Para mobilizar a população, ele decretou a lei seca, a primeira do gênero na história. O czar queria livrar a Rússia do vício. E parecia que podia conseguir. "A população saiu da inércia bêbada para a sobriedade da noite para o dia", registrou o jornal americano The New York Times na época.

              Os soldados ficaram prontos para a guerra na metade do tempo previsto. A embriaguez pública era algo raro. A criminalidade caiu. "Não se pode escrever sobre a mobilização russa ou o rejuvenescimento do império sem falar da proibição da vodca", disse o jornal inglês Times em 1915. "De um só golpe, libertou-se da maldição que paralisou a vida dos camponeses por gerações. Isso em si não é nada menos que uma revolução."

         Entretanto, a proibição teve consequências nefastas. Os soldados estavam despreparados, havia poucos suprimentos. "A lei seca significou que o Estado perdeu um terço do orçamento, resultando em falta de botas e fuzis [no front]", lembra Patricia Herlihy, historiadora da universidade Brown, nos EUA, e autora de The Alcoholic Empire (inédito em português). Para tentar acelerar a economia, o governo imprimiu mais dinheiro, o que causou hiperinflação e mais descontentamento. "A defasada infraestrutura ferroviária dificultou o transporte de grãos para o norte. A produção de samogon, uma vodca ilícita [e muito mais prejudicial à saúde], cresceu. A falta de pão em São Petersburgo [Petrogrado à época] desencadeou a rebelião de mulheres, que tiveram apoio de soldados e estudantes para pedir a abdicação de Nicolau II", diz. Somem-se a isso um frio de -40 ºC no inverno e anos de descontentamento. "Há relação entre a proibição e a queda do czarismo", afirma. O cientista político americano Mark Schrad, autor de The Political Power of Bad Ideas (inédito em português), concorda. "Os tesouros mais cobiçados do Palácio de Inverno não eram os quadros na parede, mas as adegas imperiais", diz. A era dos czares acabou em 1917. "O quebrado governo bolchevique cogitou vender o estoque de vodca no estrangeiro, mas optou por destruí-lo para evitar insurreições bêbadas", diz Schrad. A vodca tinha criado um vício econômico que ajudou a derrubar o regime czarista. Mas o estigma social perdurava.


Confira toda a matéria em:
http://super.abril.com.br/historia/como-vodca-criou-uniao-sovietica-677121.shtml

domingo, 20 de maio de 2012

Vodca (ou Vodka)

                    
            Continuaremos hoje mais uma parte da história da Vodca publicada na revista Super Interessante, espero que gostem. 

 
              PRIMÓRDIOS BÊBADOS

          A vodca é uma bebida de centeio, batata ou trigo que surgiu no final do século 15 com a popularização da tecnologia de destilar, ou seja, separar líquidos por meio da evaporação. A palavra "vodca", que evoca no imaginário algo forte, devastador, tem um significado quase irônico em russo: "aguinha". Mas o termo só se firmou no fim do século 19. Até então, tinha muitos nomes, como vinho de centeio e, atenção para a poesia, lágrima de cereal. Nessa época, ela já havia substituído havia muito tempo no coração e no fígado dos russos o hidromel, a antiga bebida fermentada que levou à derrota frente aos mongóis.

         Em 1478, a Rússia, que começava a nascer como estado nacional, tirou o domínio da vodca da Igreja e criou um rentável monopólio sobre o produto. Até as tavernas pertenciam ao czar. No fim da década de 1850, 46% do orçamento do governo vinha da bebida. Esse era o Império Russo, um lugar onde a vodca dava mais dinheiro para o governo do que trens e ferrovias, o símbolo máximo da modernidade no século 19.

         A época foi marcada também pelas mudanças implementadas no reinado de Alexandre II. Dois anos antes de Abraham Lincoln acabar com a escravidão nos Estados Unidos, ele libertou os 22,5 milhões de servos russos, em 1861. O czar lançou políticas econômicas mais progressistas e a indústria cresceu. A produção de vodca não estava nas mãos do Estado, mas da nobreza. Esse contexto favoreceu o fortalecimento dos primeiros grandes industriais do álcool, segundo a jornalista americana Linda Himelstein no livro O Rei da Vodca. O mais famoso deles era o ex-servo Piotr Smirnov, criador daquele que é hoje o destilado mais conhecido e consumido do mundo, a vodca Smirnoff.

           A bebida já estava estabelecida no cotidiano dos russos. Pedro, o Grande, instituiu o gole punitivo em seu reinado (1682-1725), passatempo em que os atrasados a uma reunião eram supostamente forçados a entornar uma caneca de vodca. Àquela altura, os russos bebiam em negociações. Bebiam na colheita. Na falta de dinheiro, pagavam em bebida. Subornavam em bebida. A mulher entrou em trabalho de parto? Dê-lhe vodca. O recém-nascido não para de chorar? Vodca goela abaixo que é para acalmar. E o governo estimulava isso. Mesmo com o monopólio desativado desde o século 18, os impostos sobre o produto rendiam muito aos cofres públicos. Um terço das despesas estatais, incluindo todos os gastos militares em tempos de paz, era pago com o dinheiro da vodca.

             Mas ela não era querida por todos. Pelo contrário. Além da Igreja, que desde que perdera o direito de produção tornara-se uma ferrenha opositora do álcool, havia grupos cada vez mais barulhentos que se levantavam contra os males causados pela bebida. O movimento da temperança crescia no fim do século 19 a fim de combater a já mundialmente notória embriaguez russa.

domingo, 6 de maio de 2012

Vodca (ou Vodka)


          Vamos começar essa semana uma sequência de 5 post's que nos ajudarão a  entender como a vodca, bebida muito apreciada pela grande maioria das pessoas atualmente, 'influenciou' a história da União Soviética, de acordo com uma matéria muito boa da revista Super Interessante, vale muito a pena ler até o final.


          O líder mongol Tokhtamich não acreditou no que estava vendo. Seus homens conseguiram sitiar Moscou, mas a cidade ainda não havia sucumbido. O descuido dos inimigos moscovitas o surpreendeu. "Alguns rezavam, enquanto outros pegavam hidromel dos depósitos dos boiardos e começavam a beber. Bêbados, ficaram ousados e subiram nas muralhas", anotou. No alto dos muros, começaram a xingar os oponentes tártaros. Ficaram dois dias assim. Bebendo e ofendendo. Até que, totalmente desnorteados, trôpegos e entorpecidos pelo álcool, acharam que a batalha cessara e abriram os portões, enganados pelos inimigos à espreita. Os mongóis saquearam e devastaram Moscou naquela noite de 23 de agosto de 1382. O próprio Tokhtamich atribuiu a vitória à bebedeira. Os russos tombaram, humilhados. A cidade foi queimada e milhares morreram.

           
           Quase 7 séculos mais tarde, em 2011, o presidente Dmitri Medvedev anunciou um plano para quadruplicar a taxação sobre a vodca no país. O objetivo é não só aumentar a arrecadação de impostos sobre o produto como também combater o velho mal do alcoolismo na Rússia, onde a expectativa de vida é de 65,5 anos - menor até que a do pobre vizinho Cazaquistão.


        Não é nem de longe a primeira vez que o governo se mete com o álcool. A vodca já foi monopólio estatal antes mesmo do socialismo. Acelerou a queda dos czares. Escancarou a fragilidade do Partido Comunista da União Soviética. Não importava se quem estava no comando era uma família real ostentadora ou um punhado de burocratas corruptos. Havia vodca na mesa. No trabalho. Nas manhãs congelantes. Quem ousou se meter com esse misto de orgulho e vício nacionais dificilmente passou incólume.